Depois de a deputada Ana Júlia (PT) apresentar um pedido para que o deputado estadual Ricardo Arruda (PL) fosse substituído na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por excesso de faltas, as vestimentas dela foram criticadas pelo parlamentar antes e durante a sessão de abertura da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) desta semana.
A confusão começou quando Arruda cedeu entrevistas afirmando que a deputada parecia estar no diretório acadêmico de uma universidade pelo jeito que ela fala e pelas roupas que veste. A deputada estadual Ana Júlia foi eleita em 2022, aos 22 anos, como a mais jovem a ocupar o cargo na história do Paraná.
Durante a sessão, o deputado voltou a comentar as roupas de Ana Júlia. As declarações geraram reações da bancada feminina e da oposição.
“Quando a gente está em algum lugar temos de saber que roupas vamos portar. Nesse plenário, os deputados têm de vir de paletó e gravata. As mulheres não têm isso no regimento, mas nós olhamos para as deputadas e todas vêm com vestimentas que condizem com o plenário. É só ver. […] Isso não é pejorativo, é só um comentário que eu fiz. […] Mas tem pessoa que se acha acima de tudo e, quando eu falei que ela parece que está em um DA [diretório acadêmico] de uma universidade, é por conta das atitudes que ela tem aqui. É uma opinião minha”, afirmou Ricardo Arruda durante a sessão.
O vereador ponta-grossense Geraldo Stocco (PV) se pronunciou na redes sociais sobre o caso. “Eu me solidarizo com a deputada Ana Júlia, uma deputada combativa, que veio da universidade e faz um belo trabalho na Assembleia. Não é o primeiro ataque que esse deputado faz às mulheres e a outros parlamentares por simplesmente não gostar deles. Vai ver se esse deputado falou da Sanepar, se ele tem fiscalizado o governo do estado. Não tem feito nada. […] A representatividade da Assembleia Legislativa do estado do Paraná precisa melhorar“, afirma o vereador.
O que aconteceu
- Na última semana a deputada Ana Júlia (PT) denunciou quatro faltas consecutivas do deputado Ricardo Arruda (PL) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). De acordo com o regimento, a ausência em três reuniões seguidas é motivo para perda de lugar no colegiado.
- De acordo com a deputada, Ricardo Arruda não avisou nem indicou suplente durante as ausências.
- Antes da sessão de abertura do Plenário desta semana, Ricardo Arruda teria dado entrevista a alguns jornalistas criticando as falas e roupas de Ana Júlia.
- Na tribuna, a deputada acusou Arruda de violência política de gênero, ao afirmar que ele tentou desqualificá-la pelo fato de ser uma jovem mulher na política.
- O deputado, em nova fala durante a sessão, voltou a criticar as vestimentas de Ana Júlia e disse que ela estava “se fazendo de vítima”.
- A bancada feminina da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) reagiu.
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