Os Estados Unidos confirmaram que passarão a aplicar uma tarifa de 104% sobre produtos chineses a partir desta quarta-feira (9). A informação foi divulgada pela secretária de imprensa da Casa Branca em entrevista à emissora americana Fox News, e representa a mais recente etapa no aumento gradual de tarifas sobre mercadorias importadas da China.
A nova tarifa de 50% anunciada nesta semana soma-se a outras taxas já implementadas anteriormente: 10% em fevereiro, 10% em março e 34% na última semana. O presidente Donald Trump afirmou, nas redes sociais, que a medida está relacionada à suposta responsabilidade da China na crise do fentanil nos Estados Unidos. “A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu.
Em resposta, o Ministério do Comércio da China anunciou uma tarifa de 34% sobre todas as mercadorias americanas, com início previsto para 10 de abril. O governo chinês declarou que as medidas norte-americanas representam práticas unilaterais, protecionistas e configuram intimidação econômica. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, afirmou que a postura dos Estados Unidos compromete a estabilidade da produção global, as cadeias de suprimento e a recuperação econômica mundial.
Após o anúncio da China, o presidente Trump ameaçou implementar uma nova tarifa de 50% caso o país asiático mantivesse sua decisão. Como não houve recuo por parte de Pequim, o governo norte-americano confirmou a entrada em vigor do total de 104% em tarifas.
Durante coletiva na terça-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca disse que países que optarem por retaliar estão cometendo um erro ao “tentar dobrar seus maus tratos aos trabalhadores americanos”.
As medidas elevam a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo, com impactos ainda incertos para o comércio internacional.