A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro analisa o Projeto de Lei nº 5357/2025, de autoria do deputado Rodrigo Amorim (União Brasil), que propõe a criação de um Programa de Saúde Mental voltado a pessoas que se consideram pais e mães de bebês reborn — bonecas hiper-realistas que imitam com detalhes recém-nascidos humanos.
A proposta prevê o oferecimento de acompanhamento psicológico e ações de acolhimento, com o objetivo de prevenir transtornos psíquicos, quadros de depressão e risco de suicídio. O texto destaca que, embora os bebês reborn possam ter uso terapêutico em casos de luto ou estresse, o uso excessivo como substituto de relações reais pode sinalizar a necessidade de apoio profissional.
“O acolhimento integral visa conscientizar e orientar essas pessoas para que busquem atendimento especializado, prevenindo a dependência afetiva do objeto”, aponta a justificativa do projeto. O programa será direcionado especialmente para quem já apresenta sinais de sofrimento emocional.
A proposta ainda será analisada pela Alerj, que devem avaliar sua viabilidade e o impacto para a rede de saúde pública do estado.
O tema também ganhou destaque em outras situações envolvendo as bonecas reborn. Em Goiânia, um casal procurou uma advogada com a intenção de disputar judicialmente a guarda de uma dessas bonecas. A advogada Suzana Ferreira, que tornou o caso público, afirmou ter recusado a ação por considerar o pedido juridicamente inviável.
No Rio de Janeiro, a Câmara Municipal aprovou recentemente um projeto de lei que institui o “Dia da Cegonha Reborn”, de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB). A data homenageia as artesãs que se dedicam à criação das bonecas hiper-realistas, conhecidas como “cegonhas reborn”, por simularem com fidelidade os traços de recém-nascidos.
Popularizadas nos anos 1990, as bonecas reborn custam a partir de R$ 500 e podem ultrapassar R$ 10 mil, dependendo do material e da personalização escolhida. Os colecionadores costumam solicitar detalhes específicos como peso, textura da pele e características faciais, tornando cada boneca única.
Nas últimas semanas, vídeos publicados por colecionadores mostrando cuidados com os bebês reborn — como trocar fraldas, dar mamadeira e até passear com as bonecas — viralizaram nas redes sociais. As imagens geraram milhares de reações, incluindo críticas e comentários questionando se esse tipo de comportamento é saudável.