Geralmente, a linguagem coloquial é caracterizada por ser mais descontraída, informal e próxima do cotidiano das pessoas. Ela pode incluir expressões populares, gírias, regionalismos, além de variações na pronúncia e na gramática.
Nosso sotaque é o que nos diferencia e nos torna únicos, a maneira como nos expressamos e nos comunicamos nos entrega de onde somos, e nós somos ponta-grossenses.
Ponta-grossense que é ponta-grossense não consegue disfarçar suas raízes, confira algumas expressões típicas da região:
Ade: abreviação de “há de ser verdade”.
Andandinho: passeando.
Animar de teta: xingamento.
Apinchá: jogar.
Atiçá: provocar.
Atorá: cortar.
Avil: isqueiro.
Bando de craudinei/cadarços: maloqueiros.
Baita: grande.
Bizera: carro sem documento.
Bocó: pessoa boba.
Borduada: apanhar.
Bostiá: incomodar.
Brusco: tempo fechado.
Caipóra: pessoa infeliz, xingamento.
Capaiz: expressão de espanto.
Carcule loca do céu: imagine.
Carpi o trecho: ir embora.
Camassada de pau: surra/apanhar.
Campiá: procurar.
Catrefa: pessoa que não vale nada.
Chumaço: conjunto de alguma coisa.
Cóça: surra/apanhar.
Correndo tudo: com pressa.
Crendios pai: exclamação quando algo dá errado.
Cróque: ficar agachado.
Dar com a mão: fazer sinal com a mão.
Deusolivre: para Deus livrar de algo.
Deus qui ajude: obrigado.
De revesgueio: de tal jeito.
De vereda: rápido.
Dianho: diabo.
Dianssim: assim.
É pacabá: é o fim.
Esgualepado: acabado.
Erremo o pulo do gato: algo deu errado.
Fiá da mãe / fiá da pulicia: xingamento.
Fecha a cara piá: para ficar sério.
Fiinho: filho, menino.
Fincá: cravar.
Firme co zuk?: se está firme/bem.
Fresquiando: desentedido, se fazendo.
Fuja loco: para alguém sair da situação.
Fuque: fusca.
Gambiarra: improviso.
Garrão: calcanhar.
Gente do céu: início da frase para dar notícia ou chamar atenção.
Gole: bebida.
Incebando: enrolando, fazendo cera.
Ingrupi: enganar.
Ínôzá: amarrar.
Intertê: fazer passar o tempo com algo.
Inticá: provocar.
Intuiado: cheio, amontoado.
Invaretado: nervoso.
Já hoje: aquela hora.
Jaguara: alguém ousado, safado, sem vergonha.
Japona: jaqueta de nylon, blusa de frio.
Jóssa: coisa.
Judiá: mal tratar.
Lá longe: algo distante.
Lazarento: xingamento, palavrão.
Loco de bão: algo muito bom.
Luitá: brigar.
Mais firma que palanque em banhado: ironia para dizer que a pessoa tem pouca resistência, sem força.
Malemar: mal educado.
Malinducado: mal educado.
Maenzinho: pena, dó.
Metidando: se achando.
Nhengo: xingamento.
Oreia seca: não tem nada.
Orna: combina.
Paia: sem graça.
Paiêro: fumo de palha.
Pânca: modo de se portar.
Passei meio de fianco: passou perto.
Pare, home do céu: para alguém parar.
Pescociá: olhar para os lados, matar tempo.
Pestiado: doente.
Pexada: acidente.
Piá pançudo: guri bobo.
Pila: dinheiro.
Pinchar: jogar.
Pior que é memo: concordando com algo.
Pó da gaita: acabado, cansado.
Podá: ultrapassar, cortar.
Pozá: dormir em algum lugar.
Pontagrossauro: quem comete erro no trânsito.
Pra diante: ir em algum lugar.
Pra mais de metro: muito além.
Proziá: conversar.
Puis oiá: quando quer falar algo.
Quedelê?: onde está?
Que que ta se abrindo?: quem ta muito feliz.
Que tar?: o que acha?
Rancho: casa.
Ratiando: reclamando.
Relampejando: trovejando.
Resbalão: escorregar.
Rinso: sabão em pó.
Sai azar: não quer algo ruim.
Sancho pança: homem folgado.
Sinalêro: semáforo.
Táio: corte.
Tchuco: bêbado.
Te qué: quando alguém está te chamando.
Teu Fiote: quando está duvidando de algo.
Tira o zóio: para não desejar.
Tongo: xingamento para chamar de burro.
Toma um mate: tomar chimarrão.
Tróço: alguma coisa.
Trupicá: tropeçar.
Tunda de laço: apanhar.
Um abraço pro gaitero: finalizar a conversa.
Véio: homem de idade.
Vem ne mim: para ir até a pessoa.
Vina: salsicha.
Virado no guede: muito louco.
Virado no saci: pessoa atentada.
Vo i lá: ir em algum lugar.
Vortiada: passeio.
Xaxo: coisa mal feita.
Ximia: doce de passar no pão.
Xunxo: golpe.
Vortimeia: as vezes.
Zóiudo: invejoso.
Nosso sotaque é um baita sotaque, falamos com o “r” mais grave, o “s” com chiado, e trocamos várias palavras por palavras zoadas.
Sempre soltamos um “capaiz!? ade mesmo?!”, vortimeia damos uma passeadinha por aí, fazemos gambiarras, vivemos esgualepado e virado no guede, mas ao mesmo tempo tamo se abrindo igual paraquedas, porque não existe tempo ruim com a gente, e quando a vida nos da uma borduada, nada que um “fiá da mãe” não resolva, né?
Orgulho da riqueza do nosso sotaque, orgulho de ser meio capiar do mato, orgulho de ser ponta-grossense!
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