A Polícia Federal (PF) apresentou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, acusando-os de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Além deles, outras 34 pessoas também foram indiciadas no inquérito que investiga as ações para desestabilizar a democracia brasileira entre 2022 e 2023.
Indiciamento e próximos passos
O relatório da PF foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, encaminhará o material para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). Cabe à PGR decidir se apresenta uma denúncia formal contra os envolvidos. Se a denúncia for aceita pelo STF, Bolsonaro e os demais indiciados se tornarão réus no processo.
Investigação abrange discursos e planos golpistas
As investigações se concentram em discursos de autoridades do governo Bolsonaro que descredibilizavam a urna eletrônica e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Também são analisadas evidências como as “minutas do golpe”, localizadas em diferentes contextos: na casa do ex-ministro Anderson Torres, no celular de Mauro Cid e na sede do PL em Brasília.
Outro ponto crucial da investigação é o plano revelado pela operação Contragolpe, que teria incluído até mesmo o assassinato de autoridades. Embora os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 estejam relacionados à tentativa de derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esses eventos são alvo de uma apuração distinta.
Contexto político e histórico
Desde a eleição de Lula em 2022, a transição de governo enfrentou episódios que colocaram em risco a estabilidade institucional do país. A vitória de Lula, após derrotar Bolsonaro nas urnas, foi marcada por tensões e manifestações de inconformismo, muitas das quais geraram investigações sobre possíveis articulações antidemocráticas.
As acusações colocam Bolsonaro e seus aliados no centro de uma das mais graves crises políticas da história recente do Brasil, destacando o papel das instituições judiciais e investigativas na proteção da democracia.