Na noite de terça-feira, 13 de junho, o Instituto Adolfo Lutz, ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, confirmou três óbitos causados por febre maculosa em indivíduos que contraíram a doença no município de Campinas, no interior de São Paulo.
As vítimas foram uma mulher de 28 anos e um casal de namorados, uma mulher de 36 anos e um homem de 42 anos, todos falecidos na mesma data, em 8 de junho. As três pessoas estiveram presentes em um evento realizado na Fazenda Santa Margarida, situada na região rural de Campinas, no dia 27 de maio, e apresentaram sintomas da doença. Até a tarde de hoje, apenas uma das mortes teve a causa confirmada.
Além disso, uma adolescente de 16 anos, também presente no mesmo local, encontra-se internada em Campinas, e as autoridades de saúde estão investigando se ela contraiu a bactéria responsável pela febre maculosa.
Sobre a doença
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida pela picada de carrapato. A contaminação não ocorre diretamente de pessoa para pessoa pelo contato. A doença tem tratamento caso seja identificada precocemente.
“A Secretaria de Estado da Saúde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença”.
Região endêmica
De acordo com a prefeitura de Campinas, a região é considerada endêmica para febre maculosa, conforme informado em comunicado. A Secretaria de Saúde municipal tem cumprido seu papel de alertar a população sobre os riscos e a prevenção da doença, realizando ações nos distritos de Sousas e Joaquim Egídio, que abrangem a região onde está localizada a Fazenda Santa Margarida, um espaço de lazer.
Após ser notificada dos casos, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) do município tomou medidas imediatas de prevenção, informação e mobilização contra a febre maculosa na Fazenda Santa Margarida. Os responsáveis pela fazenda foram alertados sobre a importância de sinalizar os riscos da doença. Essa informação é essencial para que as pessoas adotem comportamentos seguros ao frequentar esses espaços e, caso apresentem sinais e sintomas, informem o médico para facilitar o diagnóstico.
A prefeitura também mencionou que nos próximos dias, técnicos do Devisa realizarão uma pesquisa para avaliar a infestação de carrapatos na área. Além disso, a administração municipal intensificou as ações de combate à febre maculosa nos parques da cidade na semana passada.
A Fazenda Santa Margarita emitiu um comunicado lamentando as mortes e afirmou que sempre seguiu as normas e exigências legais relacionadas à vigilância sanitária. Eles ressaltaram que mantêm um rigoroso processo de manutenção e cuidados em relação ao espaço e sua conservação. A fazenda salientou que a região rural de Campinas apresenta regularmente casos de febre maculosa e que a responsabilidade pelo controle e prevenção da doença é do município, conforme estabelecido pela legislação pertinente.
Segundo o governo estadual de São Paulo, desde o início do ano, foram registrados 12 casos de febre maculosa no estado, resultando em 6 óbitos, incluindo os três confirmados recentemente. Em 2022, foram registrados 53 casos, com 37 óbitos confirmados, e em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos.
A prefeitura informou que todos os eventos na Fazenda Santa Margarida foram suspensos até que o empreendimento apresente um plano de contingência ambiental e de comunicação sobre a presença de carrapatos transmissores da febre maculosa no local.
Fonte: Agência Brasil