Exposição inédita em PG reúne obras em xilogravura

O saguão do Acervo Municipal de Obras de Arte de Ponta Grossa recebe até 30 de agosto a exposição ‘Gravuras Urbanas’, que apresenta trabalhos inéditos desenvolvidos pelos participantes do ateliê de formação em gravura, sob condução dos artistas-professores Ellen Biora e Fernando Bertani. O projeto tem o incentivo do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com apoio da Copel e Continental, e produção da Estratégia Projetos Criativos e Inspire Projetos Criativos.

A mostra reúne 19 obras em xilogravura, sendo uma de cada artista participante, além de matrizes em madeira, videoarte projetado em madeira, instalação em tecido voil e materiais do ateliê (como prensa, goiva e tintas). A entrada do público é por um túnel com uma instalação formada por intervenções artísticas em formato de lambe, a partir das xilogravuras produzidas por adolescentes da Casa da Criança e do Adolescente Irmãos Cavanis, Casa do Piá e Casa de Semiliberdade, que também receberam oficinas do projeto. O visitante pode ainda levar pra casa gratuitamente o catálogo da exposição, em capa dura e com as obras em formato sanfonado.

Com uma técnica milenar, a xilogravura consiste na reprodução de uma imagem em papel a partir de uma matriz em madeira. O processo inicia com o entalhe na madeira com uso de uma goiva (um instrumento cortante). Após este procedimento, usa-se um rolo de borracha embebida em tinta especial, tocando só as partes elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão em papel (ou tecido), que fica impregnado com a tinta, revelando a figura.

“O desafio colocado aos participantes do projeto, para além do domínio das goivas, da prensa, da madeira e do papel, foi de envolver, enquanto objeto de pesquisa e interação, a paisagem urbana. Cotidiana, às vezes bruta, às vezes sutil; mas sempre certeira em seu propósito de interação com o humano. Ao entalhar a madeira com elementos urbanos, os artistas não reproduziram cenas, eles interpretaram suas próprias noções de cidade como território comum”, comenta a produtora e curadora artística Rafaela Prestes, responsável pela expografia da mostra.

Formação em gravura

Voltado à formação de novos artistas na técnica da gravura e à democratização do acesso à arte, o projeto Gravuras Urbanas promoveu gratuitamente dois ciclos de formação, com a participação de 19 alunos bolsistas nas atividades, que aconteceram no ateliê da Galeria Ponto Azul. Ao longo do curso, os participantes exploraram diferentes técnicas, como a monotipia (impressão única), papelografia (gravura em papelão) e xilogravura (gravura em madeira), conectando os processos artísticos à observação da paisagem urbana ponta-grossense.

Além do conteúdo técnico, o projeto incentivou a reflexão crítica sobre o espaço e a inserção da arte no cotidiano. “Os alunos puderam combinar o seu olhar para a cidade com a linguagem da xilogravura, produzindo imagens que nos trazem diferentes visões sobre a vida urbana. Certamente nasce uma nova geração de gravuristas, que vão espalhar a arte pela cidade”, destaca a professora Ellen Biora.

“A nossa expectativa era que cada um trouxesse a sua linguagem, os seus traços, a sua forma de entender e observar a própria realidade e o próprio espaço urbano que eles vivenciam”, afirma o professor Fernando Bertani, gravurista responsável pela articulação entre a arte e a geografia urbana.

Participaram do ateliê os artistas Adenilsa Cerqueira, Anderson Ricardo Nunes, Bruno Richards, Charlie D., Dior Bittencourt, FogonoDiego, Helen Cristin, Iracema Malanhuk, Juliano Aparecido dos Santos, Leonardo Dias Alves, Mayara Gomes, Nessandra Cordeiro, Priscila Mocelin, Rutsa, Sâmela Moreira, Tinta Preta, Vanessa Mattos, Vitória Nogueira e Yora Woznika.

Exposição Gravuras Urbanas

Assessoria de Imprensa