Uma pesquisa recente do instituto Datafolha revela uma mudança significativa no comportamento do eleitorado conservador: 67% dos eleitores que se identificam com a direita preferem que Jair Bolsonaro não seja candidato à Presidência em 2026, e sim que atue como apoiador de uma nova liderança.
Mesmo com forte presença nas redes sociais e mantendo influência sobre a oposição ao governo Lula, Bolsonaro aparece cada vez mais como um potencial cabo eleitoral do que como postulante direto ao Palácio do Planalto.
Dois nomes despontam como favoritos entre os eleitores bolsonaristas: Michelle Bolsonaro, com 23% das menções, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com 21%. A preferência por ambos reforça a busca por uma continuidade do projeto político iniciado em 2018, mas com novos protagonistas.
O dado coloca o Partido Liberal (PL) e aliados diante de um dilema: insistir em manter Bolsonaro como figura central — ainda que inelegível — ou promover uma transição mais clara, investindo na construção de uma candidatura viável dentro do campo conservador.
Além de refletir o desgaste político do ex-presidente, a pesquisa também mostra que o capital político bolsonarista segue forte, mas em transformação. O apoio explícito de Bolsonaro pode ser decisivo, mas o eleitor parece disposto a seguir em frente com novas lideranças que representem os mesmos valores e pautas.