Após a morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira (21), inicia-se o processo que definirá seu sucessor. Em até 20 dias, cardeais com direito a voto se reúnem no Vaticano para participar do conclave — eleição que escolhe o novo líder da Igreja Católica.
Entre os nomes mais comentados está o do ex-bispo de Ponta Grossa, Dom João Braz de Aviz, de 77 anos. Natural de Mafra (SC), ele atuou como bispo da diocese ponta-grossense entre 1998 e 2002. Foi ordenado padre em 1972 e nomeado cardeal em 2012 pelo então Papa Bento XVI. Dom João estudou Filosofia em Curitiba, Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e se tornou doutor em Teologia Dogmática em 1980.
Após sua passagem por Ponta Grossa, foi designado arcebispo de Maringá. Atualmente, é arcebispo emérito de Brasília e ocupa o cargo de prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano. Caso receba a maioria dos votos no conclave, será o primeiro papa brasileiro e o segundo latino-americano da história.
Além de Dom João, outros seis cardeais brasileiros estarão presentes no conclave. Confira a lista:
- Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, de Brasília
- Cardeal Odilo Pedro Scherer, de São Paulo
- Cardeal Jaime Spengler, de Porto Alegre, atual presidente da CNBB
- Cardeal Sérgio da Rocha, de Salvador
- Cardeal Orani João Tempesta, do Rio de Janeiro
- Cardeal Leonardo Steiner, de Manaus
O QUE É O CONCLAVE
O conclave acontece na Capela Sistina, no Vaticano, e deve ser iniciado entre 15 e 20 dias após o falecimento do papa. Embora não haja prazo máximo para sua duração, a tradição mostra que costuma ser breve — o conclave que elegeu o Papa Francisco, por exemplo, durou dois dias. Já o mais longo da história, que escolheu o Papa Gregório X, em 1268, levou três anos.
Durante o processo, os cardeais participantes ficam totalmente isolados, sem qualquer tipo de contato com o mundo exterior. Eles fazem um juramento de silêncio e, caso descumpram a regra, são passíveis de excomunhão.
Somente cardeais com menos de 80 anos podem votar. O voto é secreto e depositado em uma urna. Três cardeais são escolhidos para contabilizar os votos, que são queimados após a apuração. A cor da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina indica o resultado: preta, se ainda não houver decisão; branca, quando um novo papa for escolhido. Para ser eleito, o candidato precisa obter pelo menos dois terços dos votos. Após a eleição, o escolhido define o nome papal que utilizará.
Ao todo, 135 cardeais são elegíveis para o cargo. Segundo a CNN Brasil, entre os nomes mais cotados estão:
- Pietro Parolin (Itália)
- Matteo Zuppi (Itália)
- Pierbattista Pizzaballa (Itália)
- Luis Antonio Tagle (Filipinas)
- Jean-Marc Aveline (França)
- Mario Grech (Malta)
- José Tolentino de Mendonça (Portugal)
- Robert Francis Prevost (EUA)
- Arthur Roche (Reino Unido)
- Peter Erdő (Hungria)
- Robert Sarah (Guiné)
- Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo)