A delegada Ana Paula Carvalho, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes de Ponta Grossa (Nucria), participou do episódio #102 do Pontagrossauros Podcast, na última quinta-feira (21). O tema da conversa foi sobre o trabalho de proteção a crianças e adolescentes vítimas de violência e a importância das denúncias para fortalecer a rede de proteção.
Um dos assuntos abordados no podcast, que também tem ganhado força no Brasil, foi a adultização infantil: quando crianças e jovens assumem comportamentos e responsabilidades próprios do universo adulto, frequentemente antes do tempo adequado para sua idade. Esse fenômeno também se manifesta nas redes sociais. A delegada alerta como a exposição dos filhos pode ser mal interpretada e, em alguns casos, até servir de alvo para crimes como o abuso sexual infantil.
“Não é um tema novo, sempre existiu. A gente fala muito na exposição da criança, na exposição erótica, mas precisamos tomar cuidado com atos que não são eróticos. Os predadores estão aí. Qualquer conteúdo desse tipo que caia na internet é um prato cheio para esses pedófilos”, explicou.
Ana Paula recomenda que os pais e responsáveis evitem publicar fotos que exponham os filhos de alguma maneira que possa ser distorcida. Por exemplo: vídeos dançando e fotos da criança com roupa de banho (sunga ou biquíni). “É muito difícil eu dizer para um pai ‘não faça essa fotografia na praia’, mas evite. Eu, como mãe, evitaria. Nós temos que ter essa noção”, comenta a delegada do Nucria.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sancionado no Brasil em 1990, é um marco importante e o principal instrumento legal do país sobre os direitos dos menores. De acordo com o ECA, é responsabilidade da família, sociedade e Estado protegê-los de qualquer forma de discriminação, exploração e violência.